Estudo sobre a estrutura de custos e despesas do setor bancário brasileiro

Resumo

O conhecimento da própria estrutura de custos, da estrutura dos concorrentes e dos impactos que esse tópico pode exercer no desempenho da empresa e na qualidade das tomadas de decisão é um assunto importante em qualquer tipo de organização. Neste trabalho, o assunto é estudado em bancos, parte importante do sistema financeiro de um país. O objetivo principal do trabalho é estimar a estrutura de custos e despesas dos bancos investigados e buscar evidências de relação entre esta estrutura e aspectos de desempenho ou de ganhos de escala pelo maior tamanho. Foram extraídas, da base de dados IF do Banco Central, as demonstrações contábeis dos 60 maiores bancos do Brasil entre os anos de 2014 e 2020. A análise estatística foi feita por meio da regressão de dados em painel com efeitos fixos. Na amostra analisada, a média de custos fixos representou 83,78% dos custos totais, enquanto os custos variáveis representaram 16.22% do total. Quando ordenados considerando o retorno sobre o patrimônio líquido, não foi identificada vantagem nem para os bancos com maior custo fixo proporcionalmente ao total, nem para os bancos com menor proporção de custos fixos, indicando que esse não é um fator determinante para a rentabilidade de bancos. Também não foram encontradas evidências de relação do tamanho dos bancos e a estrutura de custos e despesas, sugerindo que, neste sentido, não há vantagens de escala para os maiores bancos. Deve-se destacar o caráter exploratório do estudo, que ainda demanda aprofundamentos e ramificações para que a compreensão do assunto seja aprimorada.