Derivativos e crise financeira: os custos da especulação no Brasil.O caso da Aracruz e da Sadia
Palavras-chave:
SadiaResumo
Instituições financeiras operam derivativos com relativa segurança, intermediando a negociação de posições opostas. Na maioria das vezes cobram um spread por seus serviços e em outras aceitam assumir o risco mediante uma compensação financeira calculada. Empresas não financeiras, além de não dominarem a expertise para lidar com estes instrumento high tech e de grande complexidade, também têm maior dificuldade em sair de posições adversas. A aceleração da crise financeira no final de 2008 impactou moedas e mercados fazendo com que empresas que operavam derivativos com finalidades diversas das de hedge fossem surpreendidas por variações adversas e bruscas de suas posições. Este trabalho tem por objetivo verificar os custos da especulação incorridos pela Aracruz e Sadia por conta de seu alto grau de alavancagem com instrumentos derivativos. Os dados foram consultados através do site da Economática. Como metodologia, foi calculado o valor das empresas, através do método de fluxo de caixa descontado, verificando-se a influência dos derivativos. As análises foram anualizadas, evitando-se influência de possíveis sazonalidades, e acompanhadas trimestralmente a partir de 2006. O valor de mercado das empresas também foi acompanhado vis-à-vis o índice de mercado. Os principais resultados evidenciaram problemas de agência, com investimentos desproporcionais em operações de hedge. Surpreendidos por uma súbita valorização do dólar, decorrente do agravamento da crise financeira mundial, as companhias amargaram pesadas perdas financeiras. Investidores viram as ações da Aracruz e Sadia fecharam 2008 desvalorizadas em cerca de 70% contra 28% do índice de mercado.Downloads
Como Citar
Perera, L. C. J., Neto, C. R., & Alves, R. C. Derivativos e crise financeira: os custos da especulação no Brasil.O caso da Aracruz e da Sadia. Anais Do Congresso Brasileiro De Custos - ABC. Recuperado de https://anaiscbc.abcustos.org.br/anais/article/view/601
Edição
Seção
Abordagens contemporâneas de custos