Aplicabilidade do retorno por empregado como indicador de desempenho das empresas

Resumo

As transformações recentes no ambiente de negócios revelaram a importância dos ativos intangíveis, impondo a necessidade de levá-los em conta na avaliação do desempenho das organizações. Nesse contexto, o capital intelectual parece ser o maior gerador potencial de bens intangíveis. Este estudo teve por objetivo analisar a aplicabilidade de uma métrica alternativa de avaliação de desempenho: o retorno por empregado (RE). Fazendo-se um estudo de caso de três empresas com ações negociadas na BOVESPA, avalia-se o uso desse indicador. A partir de números das demonstrações financeiras das três empresas entre 2006 e 2009, foram medidos seus desempenhos pelas métricas tradicionais, Retorno sobre Ativo e Retorno sobre Patrimônio Líquido, e pelo RE. O valor das ações de cada empresa foi usado como referência para criação de valor. Na seqüência, um estudo empírico complementar revelou que, no período analisado, a correlação entre o RE e o preço das ações foi mais alta e significativa do que a correlação entre os indicadores tradicionais e o preço das ações exatamente para a empresa mais intensiva em capital intelectual. Para a empresa intensiva em capital físico e para a intensiva em mão de obra, os indicadores de desempenho tradicionais apresentaram correlação mais alta com o preço das ações. Sugere-se que a nova métrica pode ser mais adequada às empresas intensivas em capital intelectual, sem se contrapor às demais métricas tradicionais. E reforça-se que tal medida de desempenho corporativo, que incorpora o efeito da força de trabalho, é uma contribuição importante à literatura sobre intangíveis.